Mais sobre: Excursões a Medina Azahara a partir de Córdoba
Córdova é uma das cidades mais excitantes de Espanha, graças ao seu impressionante legado cultural e à sua fascinante história. O período de maior esplendor de Al-Andalus foi o Califado Omíada e, como símbolo dessa grandeza, foi erigida nos arredores de Córdova uma nova cidade chamada Medina Azahara, a mais bela cidade do Ocidente islâmico, que só sobreviveu durante 70 anos.
Hoje, é possível visitar os seus vestígios a apenas 8 quilómetros de Córdova e, assim, reconstruir na memória o que foi a glória de Medina Azahara. Para mim, é, sem dúvida, uma das excursões imprescindíveis para fazer em Córdoba durante as suas férias. Eu digo-lhe porquê!
1. Como visitar a Medina Azahara?
Embora seja possível visitar a Medina Azahara por conta própria, por experiência própria posso dizer que, dada a sua vasta extensão e o grande número de espaços que compõem este sítio, o meu conselho é optar por uma visita guiada para ver toda a cidade palatina omíada sem perder um único detalhe. Além disso, com um guia, aprenderá a decifrar a sua profusa decoração e absorverá a sua história, que não é tão conhecida como a da Alhambra de Granada.
- Visita guiada de três horas à Medina Azahara - A partir de 27 €
2. Visita à Medina Azahara a partir de Córdoba
Com esta visita de 3 horas a Medina Azahara a partir de Córdoba, viajará para o coração do Califado de Córdoba, o período de maior esplendor de Al-Andalus, acompanhado por um guia que lhe contará a fascinante história da brilhante cidade de Abderraman III e mostrará os restos deste interessante sítio arqueológico a pé.
Em que consiste esta excursão?
Esta excursão a Medina Azahara a partir de Córdoba consiste em duas partes: uma visita ao sítio arqueológico de Medina Azahara e uma visita ao seu Centro de Interpretação.
A excursão começa às 10:15 na rotunda da Cruz Roja, onde apanhará o autocarro para o complexo de Medina Azahara. Aí estará à vossa espera o vosso guia, que poderão identificar pelo seu guarda-chuva cor de laranja. Depois de indicar o nome da sua reserva, juntar-se-á ao grupo e embarcará noutro autocarro para as ruínas da cidade palatina que se encontra a 2 quilómetros do Centro de Interpretação.
Em Medina Azahara, passará 2 horas com o guia a caminhar entre os restos de palácios, salas cerimoniais, mesquitas e oficinas, aprendendo todas as histórias e anedotas surpreendentes sobre este complexo arqueológico declarado Património Mundial pela Unesco em 2018.
No final, regressará ao Centro de Interpretação do sítio para iniciar a segunda parte desta excursão à Medina Azahara, que inclui uma visita ao museu com o guia que lhe explicará todas as colecções que alberga e lhe dará uma visão mais completa da atividade. Vai aprender muito!
Finalmente chegará a Córdoba por volta das 13h30, um ótimo momento para almoçar e continuar com as suas férias na cidade andaluza.
Línguas
A atividade está disponível em espanhol e inglês.
Quantos viajantes por grupo?
Nesta atividade haverá um máximo de 15 viajantes.
Serviços incluídos
Guia local
3. Visita guiada à Medina Azahara
Com esta visita guiada de 3 horas à Medina Azahara, irá explorar, na companhia de um guia oficial, este incrível sítio arqueológico situado a apenas 8 quilómetros de Córdova. Um lugar que testemunha a grandeza de Córdoba no século X durante o Califado Omíada.
Como é que se processa a visita?
Esta visita guiada à Medina Azahara começa às 10h30, quando no ponto de partida o grupo embarca no autocarro que o leva de Córdova até ao local.
Uma vez lá, será necessário apanhar um autocarro, incluído na visita, para ir até às ruínas de Medina Azahara, uma vez que estas se encontram longe do Centro de Interpretação, onde o primeiro autocarro nos deixará. Com esta visita, a entrada no sítio arqueológico é gratuita para os cidadãos da UE, enquanto os visitantes de países terceiros terão um preço simbólico de apenas 1,50 euros.
Em seguida, a visita a Medina Azahara começará com o guia, que lhe mostrará os vestígios dos palácios, jardins, mesquitas e salas cerimoniais daquela que foi a mais bela cidade do Ocidente islâmico na Idade Média.
Durante a visita, o guia também lhe contará algumas lendas e curiosidades sobre Medina Azahara, o que, na minha opinião, torna esta visita muito mais divertida e interessante.
Línguas
A atividade está disponível em espanhol e inglês.
Quantos viajantes por grupo?
Nesta atividade haverá um máximo de 50 pessoas.
Serviços incluídos
- Autocarro shuttle desde o parque de estacionamento até ao local da Medina Azhara.
- Guia oficial
- Entrada gratuita para cidadãos da UE
4. Em geral, quanto tempo é necessário para visitar a Medina Azhara?
A duração da visita completa é de cerca de 2,5 a 3 horas.
5. É possível organizar a visita à Medina Azahara por conta própria?
Se optar por fazer esta excursão por conta própria, para compreender melhor a importância de Medina Azahara na história de Espanha, recomendo que visite primeiro o Centro de Interpretação situado perto das ruínas arqueológicas e depois a cidade palatina, para ficar com uma ideia melhor do que era e significava no Al-Andalus antes de contemplar pessoalmente os seus restos.
Para organizar a sua viagem a Medina Azahara por conta própria, recomendo que descarregue dois mapas com os itinerários para o museu e o sítio arqueológico que pode encontrar no site oficial, o que certamente o ajudará a planear a sua visita!
6. Como chegar a Medina Azahara?
De autocarro
Um autocarro turístico parte da Avenida del Alcázar para o Centro de Interpretação de Medina Azahara. Para obter um bilhete para este autocarro, é necessário reservar um lugar no posto de turismo de Córdova com, pelo menos, um dia de antecedência.
De carro
A partir do centro de Córdova, pode chegar-se ao Centro de Interpretação da Medina Azahara seguindo a estrada A-431, desde Palma del Río, até chegar ao sinal de Madinat al-Zahra.
Ao chegar ao local, estacione o seu carro no parque de estacionamento do museu e apanhe o autocarro shuttle até ao sítio arqueológico, situado a dois quilómetros do centro. O autocarro parte de 20 em 20 minutos e o bilhete é comprado no museu.
Como chegar ao sítio arqueológico?
Como já referi, o sítio arqueológico de Medina Azahara situa-se a 2 quilómetros do Centro de Interpretação, pelo que existe um autocarro que faz a ligação entre os dois pontos, que pode apanhar depois de adquirir o seu bilhete e de se registar no museu.
Este autocarro funciona continuamente durante o horário de funcionamento do centro e sai a cada 15 ou 20 minutos. O bilhete custa 2,50 euros (tarifa geral) e 1,50 euros (tarifa reduzida para idosos e crianças dos 5 aos 12 anos) e inclui uma viagem de ida e volta. As crianças com menos de 5 anos são gratuitas.
O último autocarro que leva os visitantes às ruínas de Medina Azahara sai do parque de estacionamento do Centro de Interpretação 60 minutos antes da hora de encerramento.
Lembre-se que este é o único meio de acesso, uma vez que não é permitida a entrada de veículos privados na antiga cidade palatina.
7. Horário e preço de entrada na Medina Azahara
Horário de abertura
A Medina Azahara está aberta de terça-feira a sábado, das 9 às 18 horas. Domingos, feriados e vésperas de feriados abertos das 9h às 15h. As segundas-feiras estão fechadas. Também encerrado nos dias 1 de janeiro, 6 de janeiro, 1 de maio, 24 de dezembro, 25 de dezembro e 31 de dezembro.
Dependendo do mês e da estação, o horário de abertura muda e as visitas nocturnas ao local da Medina Azahara só estão disponíveis das 19h às 00h. Para mais informações, consultar o sítio Web oficial.
Taxa de entrada
- Gratuito para os cidadãos acreditados da União Europeia.
- A entrada para cidadãos de outros países custa 1,50 euros.
8. Porquê visitar a Medina Azahara?
A Alhambra de Granada é a cidade palatina andaluza mais famosa do mundo pela sua beleza deslumbrante e pelo seu excelente estado de conservação. Recebe milhões de visitantes todos os anos, as filas nas bilheteiras são intermináveis e os bilhetes esgotam-se com meses de antecedência.
No entanto, não são muitos os viajantes que conhecem a existência da Medina Azahara, a antecessora da Alhambra no que diz respeito às cidades palatinas andaluzas.
Isto deve-se ao facto de o destino dos dois complexos palacianos ter sido muito diferente. Enquanto a Alhambra conseguiu sobreviver após o fim da Reconquista, a vida de Medina Azahara foi muito curta, pois foi arrasada durante a guerra civil que pôs fim ao Califado Omíada e deu lugar aos reinos das Taifas. O abandono, a passagem do tempo e a degradação fizeram o resto.
No entanto, graças aos trabalhos de restauro efectuados em Medina Azahara, é possível ter uma ideia da extraordinária beleza que esta cidade califal teve nas suas origens e, para os apaixonados pela história e pela arte, é uma maravilha poder percorrer o local imaginando como era Medina Azahara durante o seu período de esplendor e a grande importância que teve na Idade Média a nível político, cultural e comercial.
9. Como é a Medina Azahara?
Lembro-me que percorrer as ruínas de Medina Azahara foi como fazer uma viagem no tempo até ao apogeu do Al-Andalus e da dinastia omíada em Espanha - uma experiência emocionante!
Achei fascinante ter a oportunidade de passear pela cidade palatina andaluza mais antiga do país. A pérola de um dos grandes impérios do Mediterrâneo, comparável ao bizantino no seu tempo, para cuja construção vieram arquitectos de Bagdade e Constantinopla.
A visita à Medina Azahara é uma aventura em si mesma. Como não é possível entrar no local de carro, é necessário estacionar o carro no parque de estacionamento do Centro de Interpretação, registar-se e obter o bilhete antes de apanhar o autocarro para o complexo monumental.
Por muito tentador que seja, não é possível chegar a Medina Azahara caminhando pelo campo, apreciando a paisagem, porque a estrada torna-se estreita e perigosa em alguns sítios.
Uma vez registada, apanhei o autocarro que liga o museu ao local (passa de 15 em 15 ou de 20 em 20 minutos) e cheguei rapidamente a Medina Azahara.
O que ver em Medina Azahara?
A primeira coisa que me chamou a atenção foi a localização privilegiada de Medina Azahara.
Aproveitando o desnível natural do terreno, a cidade foi disposta num sistema de terraços em três níveis, de modo a que o Alcázar Real ( a residência do califa, de onde se avistava o vale do Guadalquivir) fosse construído na parte superior, a parte intermédia fosse dedicada aos edifícios administrativos e às casas dos oficiais da corte e a parte inferior fosse a medina propriamente dita.
Apesar de a cidade ter sido arrasada durante a guerra e mais tarde saqueada, fiquei surpreendido por ver que ainda existem vestígios da decoração opulenta que esta cidade palatina ostentava em tempos.
A decoração da cidade palatina
O califa Abderramão III não se poupou a nada, pois Medina Azahara representava o poder do seu califado recém-proclamado, pelo que tudo foi concebido para mostrar ao mundo o esplendor da dinastia omíada.
O mármore branco foi trazido de Portugal para as colunas e capitéis, o alabastro foi utilizado para os pavimentos das salas mais importantes e o calcário local arroxeado proporcionou um contraste requintado entre as decorações vermelhas e as paredes brancas.
Se a tudo isto acrescentarmos a profusa decoração com motivos vegetalistas, inscrições epigráficas, jardins, fontes e lagos, é fácil compreender porque é que Medina Azahara foi considerada uma das mais esplêndidas cidades jamais construídas pelo homem.
Quais são os seus espaços mais destacados?
Aqui podemos ver a Casa Real do Califa e o magnífico Salão Rico, onde se realizavam as recepções políticas na cidade e que se caracterizava pela sua rica decoração. Também a Mesquita de Aljama e a Casa de Ja'far, a residência do primeiro ministro do califa Alhaken II, que construiu a maqsura da mesquita de Córdova.
Outras zonas de interesse são o Grande Pórtico, entrada oriental da zona do Alcázar, e a Casa Alberca, que se crê ter sido a residência do califa Alhaken II.
Como é o Centro de Interpretação?
O objetivo deste museu é promover o estudo e a divulgação do sítio arqueológico de Medina Azahara e servir de ponte entre os mundos ocidental e oriental.
A visita consiste numa introdução de 60 minutos a Medina Azahara, que lhe permitirá descobrir a sua história através de quatro exposições permanentes sobre:
- A fundação da cidade e o seu contexto.
- A construção de Madinat al-Zahra.
- A cidade e os seus habitantes.
- A destruição e a recuperação de Madinat al-Zahra.
Todos os artefactos históricos encontrados nas escavações arqueológicas são conservados neste local e é exibido um documentário audiovisual de 15 minutos intitulado "Madinat al-Zahra: a cidade brilhante", que vale a pena ver para saber mais sobre Medina Azahara e a sua vida, uma vez que era habitada por mais de 20 000 pessoas na época.
10. Como nasceu Medina Azahara?
Diz a lenda que Abderramán III, o primeiro califa de Córdova, ordenou a construção da cidade palaciana de Medina Azahara, no sopé da Serra Morena, no século IX, para agradar aos caprichos de Azahara, a sua concubina favorita.
No entanto, a verdadeira origem deste complexo palaciano não reside no romantismo do governante, mas numa razão puramente política.
Por um lado, o califa queria consolidar a sua imagem de poder após o estabelecimento do Califado independente de Córdova e publicitar o seu poder, riqueza e bom gosto perante os reinos adversários. Por outro lado, Abderramão III queria também afastar-se dos seus súbditos numa cidade tão populosa como Córdova e viver num local idílico, separado do resto da sociedade, de acordo com a mentalidade medieval da época.
11. Porquê o desaparecimento de Medina Azahara?
A grande obra de Abdarrahman III foi Medina Azahara, símbolo do poder político do autoproclamado califa de Al-Andalus. Com a morte do seu filho Alhakam II, o califado foi assumido pelo seu neto Hisham II, que se entregou aos prazeres mundanos e foi um fantoche nas mãos do seu vizir, o célebre Almanzor, que acabou por se tornar o governante do Al-Andalus.
Almanzor abandonou assim Medina Azahara e fundou Medina Alzahira, a sua própria cidade palatina, situada a oeste de Córdova, que até hoje não foi localizada.
O que ninguém poderia suspeitar é que o Califado Omíada tinha os dias contados. Desapareceu definitivamente em 1031, após uma feroz guerra civil que derrubou Hisham III e levou à divisão do território em diferentes reinos, conhecidos como os reinos de Taifa.
A partir de então, Medina Azahara foi queimada e saqueada. Caiu no esquecimento durante séculos, até que as primeiras escavações arqueológicas em 1911 trouxeram à luz os restos da antiga cidade palatina omíada, declarada Património da Humanidade em 2018.
12. Dicas para visitar a Medina Azahara
Quando visitar a Medina Azahara?
Qualquer altura do ano é uma boa altura para visitar Medina Azahara, embora as temperaturas no verão tendam a ser bastante elevadas. Por isso, durante esta estação, aconselho-o a visitar de manhã cedo ou ao fim da tarde.
É possível comprar comida e bebida no sítio arqueológico?
Não é possível comprar água nem comida no interior, pelo que recomendo que leve uma garrafa e alguns frutos secos na mochila para o caso de lhe abrir o apetite.
No entanto, o Centro de Interpretação tem uma cafetaria-restaurante onde pode recuperar as energias depois da excursão.
Como se vestir para ver a Medina Azahara?
Há muito para ver durante a sua visita a Medina Azahara, pelo que irá caminhar durante bastante tempo. Lembre-se de usar roupas e calçado confortáveis, e de se proteger do frio no inverno e do sol no verão.
13. Como completar a sua visita à Medina Azahara?
Se está a planear uma viagem a Córdoba, recomendo que faça uma viagem a Medina Azahara e a complete com uma visita à catedral-mesquita para compreender a importância da capital omíada no século X.
No meu artigo Bilhetes para a Mesquita de Córdoba conto-te todos os detalhes sobre como conseguir bilhetes para este templo e as diferentes visitas disponíveis.
Se estás a viajar para a Andaluzia seguindo os passos de Al-Andalus, outra magnífica cidade palatina que podes descobrir é a Alhambra em Granada.
Se a quiser incluir na sua viagem, tem várias opções para explorar esta maravilhosa fortaleza medieval nasrida. Eu explico-as em pormenor no meu artigo Bilhetes e visitas guiadas à Alhambra de Granada.